Vejo partir o ultimo onibus. Estou só...
Toca minha face, a brisa gelada, que sopra durante a madrugada.
Sinto medo...
Sigo meu destino,percorrendo as ruas do centro.
Em meio a um foco de luz, um garoto chora
e nas mãos cola.
Corro... logo paro... e me deparo com um ancião pedindo esmola.
No seu corpo vejo frio,na sua face vejo a fome.
Dobro a esquina...Vejo uma garota...
Leva um cigarro na boca,e na face marcas da vida.
Um alarme dispara...
Quebrando o silencio da madrugada.
Perto do carro um jovem que comigo se depara.
Em sua face medo, em sua mão uma arma.
Fica para trás o ultimo quarteirão.
No meu corpo,alivio... Na minha face lagrimas...
© Eugenio Appugliese
Grande Sampa da garoa,hoje moradia da fome,das armas do medo,o que seria de nós,alguns de nós que ainda consegue enxergar a beleza de Sampa por trás de seus prédios,poluição,pobresa e desrespeito.Linda homenagem,amei
ResponderExcluirParabéns pela crítica cara.Muito bem feita.
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